terça-feira, 28 de abril de 2009

entrvista: jose reinaldo

Por questões de compromissos particulares, não deu tempo para a publicação da primeira entrevista da série “Entrevista Especiais”, no último domingo. A idéia é trazer ao conhecimento do público o pensamento das principais lideranças políticas da oposição sobre o momento político atual. Mas é com satisfação que o blog inicia, nesta terça-feira, a série com a entrevista exclusiva concedida pelo ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB).
“Roseana não vai se conter e vai partir para a perseguição dos adversários e inimigos”
Um dos principais líderes da Frente de Libertação do Maranhão, José Reinaldo fala sobre os erros do governo Jackson Lago, a cassação do governador trabalhista, o governo Roseana Sarney (PMDB), a administração do prefeito João Castelo (PSDB) e sobre o futuro da oposições. Abaixo, a íntegra da entrevista.
Ex-governador José Reinaldo
O que significou para o senhor a cassação do governador Jackson Lago?
José Reinaldo - Quem definiu melhor essa questão foi o Ex-Ministro Francisco Resek : “Trata-se de um golpe de estado jurídico…” É a tentativa desse grupo predatório de voltar ao poder e a boa vida que tinham no Maranhão e que haviam perdido desde 2004. Para o Maranhão o grande risco é voltar a ser o último, dos últimos, entre os estados brasileiros.
O senhor acredita que poderia ter havido um outro desfecho para o processo que não a cassação?
JR - Creio que o Governador Jackson poderia ter tido mais cuidado com esse processo. Se tivesse tido as coisas teriam sido diferentes. Eu o alertei várias vezes de que o Sarney é perigoso e estava acuado, sem perspectivas de voltar ao poder no Estado. Mas ele não acreditou e só tomou algumas providencias quando tudo já estava decidido.
A cassação mostra que o senador José Sarney é invencível?
JR - É claro que não e já demonstramos isso em 2006, quando o derrotamos e a Roseana que é produto maior de seu esquema de mídia. Ele é perigoso é no jogo sombrio do poder. Nesse jogo ele tem que ser acompanhado, pois é um jogo em que tudo vale, para o Senador.
Como o senhor avalia o governo Jackson Lago?
JR - É difícil avaliar um governo que foi interrompido pela metade. O Jackson tinha resolvido deixar exatamente para a segunda metade do seu mandato algumas das suas maiores ações. Mas erraram feio no trato com algumas categorias profissionais, que, tenho certeza, iriam tentar corrigir a partir de agora.
Aliados reclamavam muito do tratamento dispensado pelo governo. Você considera que o governo errou no tratamento com a classe política que o apoiava?
JR - O que aconteceu é que não havia alguém, que gozasse da confiança do Governador, para comandar a política do governo. A decorrência disso foi que, muitos Secretários, começaram a agir pensando mais em si mesmos do que no governo e no grupo. Isso resultou em muitas reclamações e queixas, quase todas procedentes. Muitos adversários políticos acabaram sendo melhor atendidos que muitos dos companheiros leais que estiveram conosco em 2006.
Em algum momento o senhor achou que o governador Jackson Lago não seria cassado?
JR - Em meados de2008 comecei a ficar alarmado, porque o processo corria frouxo e célere. A contratação do Resek nos deu nova esperança. Mas ele foi contratado a uma semana do julgamento e nem conhecia o processo, evidentemente. Mas, ainda assim, fez um grande trabalho, porém já “estava tudo dominado “.
Os diretórios estaduais do PSDB, PT e PSB entraram com recurso para cassar a diplomação da governadora e do seu vice. Explique o que significa esse recurso.
JR - Esse recurso copia, exatamente, o processo que cassou o Jackson. São listados os convênios do governo federal com os municípios a pedidos de Roseana, o DVD do comício de Timon, em que Lula, já praticamente reeleito, prometia em troca do voto em Roseana, inundar o Maranhão com obras e ações, que, segundo ele mesmo, não tinha podido fazer ainda no Maranhão. E, do mesmo jeito, foi pedida a cassação do diploma de governadora de Roseana. Tudo igual. Vamos acompanhar de perto, já que aparentemente, processos iguais, teriam que ter decisões iguais.

Por que o PDT não subscreveu o recurso?
JR - O prazo era muito pequeno, apenas de quatro dias, e o Julião Amin, não estava aqui.
Vamos falar um pouco sobre São Luis. Como o senhor está vendo a administração do prefeito João Castelo?
JR - Desde que assumiu ainda não pararam as chuvas, o que lhe dá poucas opções. Ele assinou com o Governador Jackson Lago importantes convênios o que vai possibilitar a realização de obras importantes. Creio que vai se sair bem.
Qual a área da administração o senhor considera que o prefeito deveria dá maior atenção?
JR - São Luis tem muitos problemas importantes. As obras já anunciadas são importantes. A infra-estrutura dos bairros está muito deteriorada, assim como o transporte coletivo precisa ser melhorado. Creio que também boas escolas técnicas e profissionalizantes precisam ser feitas. Mas Castelo está preparado e creio que está estudando esses e outros problemas da capital.
O PC do B divulgou uma nota onde critica duramente a atual administração. O que o senhor achou do documento dos comunistas de São Luis?
Não gostaria de entrar no mérito. Esse é um problema ruim para o grupo, pois tratam-se de dois valorosos companheiros que vem se desentendo desde as eleições municipais. A eleição de São Luis não foi bem administrada dentro do nosso grupo e o que aconteceu poderia ter sido evitado se tivesse havido uma coordenação melhor. Espero, firmemente que possa haver um entendimento.

E sobre 2010, governador, o que podemos esperar das oposições?
JR - A Roseana, que não é mais Sarney, não tem condições de administrar tantos apetites. A briga entre eles é constante e vai aumentar. E a raiva e o desejo de vingança é tão grande que ela não vai se conter e vai partir para a perseguição dos adversários e inimigos. Isso só pode aumentar a , já grande, rejeição do grupo Sarney e dela própria. Além disso, o Sarney se enfraquece nacionalmente e já é tratado como um político qualquer e, pior, suspeito de muitos desmandos. Se estivermos unidos e praticarmos oposição enfrentando com sucesso o bloqueio midiático, venceremos. Creio que a oposição se unirá em torno dos reais interesses do nosso povo.
Há algum nome que pode unir as forças anti-Saney numa ampla aliança?
Creio que temos vários. A causa maior é o Maranhão e em torno desses ideais a história mostra que, como muitas vezes no passado, enfrentaremos juntos esta realidade medíocre, quase uma ficção, que nos impuseram por meios espúrios.
O que o senhor espera do governo Roseana Sarney?
Perseguições e ódio. Administrativamente o governo será a repetição dos dois anteriores de Roseana. Ou seja, um festival de mídia e algumas obras de fachada. Lembrem-se que ela já disse que no Maranhão não tem miséria e que esses indicadores sociais , perversos, do Estado são invenções dos adversários.
O que se pode esperar de uma governadora alienada?

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