domingo, 20 de setembro de 2009

Edivaldo Holanda critica omissão do governo com a greve da polícia


A greve dos policiais civis motivou caloroso debate entre governistas e oposicionistas na sessão de segunda-feira (14) da Assembleia Legislativa. O primeiro a manifestar preocupação com a situação foi o deputado Edivaldo Holanda (PTC), que ocupou a tribuna para fazer um apelo ao líder do governo, deputado Chico Gomes (DEM), para que pleiteie uma audiência com a governadora Roseana Sarney (PMDB) e os líderes do movimento grevista, para que cheguem a um acordo sobre a paralisação.Além dos líderes dos policiais, a audiência com a governadora deverá contar, também, com a presença do próprio Edivaldo Holanda, do presidente da Assembleia, deputado Marcelo Tavares (PSB), e do deputado Carlos Alberto Milhomem (PMDB).Edivaldo Holanda leu trechos de matérias publicadas nos jornais “Jornal Pequeno” e “Tribuna do Nordeste” a respeito do protesto dos policiais civis em frente ao Palácio dos Leões. Disse que “o objetivo da manifestação foi demonstrar ao governo e à sociedade civil organizada o sentimento de indignação e revolta da categoria pela sua exclusão do plano de valorização do servidor estadual e pela falta de diálogo por parte das autoridades competentes”.Ele também apresentou na tribuna uma propaganda do governo, publicada em jornais, sobre o programa de valorização do servidor público estadual, que comprova a discriminação contra uma categoria vital para a segurança da sociedade, que é a dos policiais civis. “Nós temos que repudiar esse gesto do governo, essa indiferença e discriminação contra a Polícia Civil do Maranhão”, ressaltou.Segundo Holanda, enquanto o governo discrimina os policiais civis, a população assiste a uma explosão da criminalidade no Maranhão, sobretudo em São Luís. Mais uma vez, ele citou como fonte os jornais, que hoje indicam ter havido sete mortes em dois dias na capital. Disse, ainda, que a violência eclodiu também no Sul do Maranhão, com o aumento de assaltos na BR-010, cujo número de veículos assaltados subiu de 30 para 60 veículos.O parlamentar oposicionista também criticou a Portaria 338/09, recebida pelas lideranças do movimento grevista, que tornou sem efeito todas as demais portarias da Secretaria de Estado de Segurança promulgadas no período de 30 de janeiro a 17 de abril de 2009. Segundo ele, o recente documento deve ter anulado atos importantíssimos no setor de segurança do Maranhão e deixado na clandestinidade vários inquéritos.Para Edivaldo Holanda, tal portaria demonstra o caos que está ocorrendo na Secretaria de Segurança. “Não há estrutura. Estão criando factóides para tentar desviar a atenção do caos no qual nós estamos envolvidos, com a ausência total e absoluta do sistema de segurança pública no Maranhão”.A ameaça de corte dos pontos dos grevistas, na avaliação de Edivaldo Holanda, é outra ameaça sem cabimento. “Pelo que nos consta, essa greve não foi considerada ilegal pela Justiça. A greve é legal. A greve é um direito dos policiais e ela não pode ser negada. Além disso, estão mantendo o percentual mínimo para o funcionamento da segurança”.Edivaldo Holanda também leu trecho de Nota de Repúdio publicada em jornal do Sindicato dos Servidores da Assembléia, no qual a entidade cobra do poder público a responsabilidade pelo assassinato do servido aposentado Manoel Rodrigues dos Santos, morto por bandidos dentro de sua própria casa.Em aparte, o deputado Penaldon Jorge (PSC) elogiou a lucidez com que o deputado Edivaldo Holanda abordou a questão da segurança pública. Lembrou que esteve durante 12 dias percorrendo os municípios da região da Baixada e do Alto Turi, tendo a oportunidade de constatar que a segurança é extremamente precária.De acordo com Penaldon, o número de homicídios, assaltos a bancos, a casas lotéricas, a postos de gasolina, supermercados, comércios em geral e nas estradas vicinais é algo alarmante. “É preciso que o estado do Maranhão tenha realmente um gerenciamento para que essa situação possa voltar à normalidade”.Ao se referir ao atual secretário de Segurança, Raimundo Cutrim, Penaldon disse que não acredita mais naquela antiga competência e experiência para comandar a Segurança do Maranhão que tanto foi alardeada. Ele defende que a segurança do Maranhão precisa de um choque novo, de pessoa que tenha um diálogo com os policiais civis e com os delegados para que a população tenha pelo menos a impressão de que algo de novo será feito em nome da segurança do Maranhão.

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