quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Lideranças repudiam a violência e pregam união contra o grupo Sarney




O lançamento em São Luís do livro “Honoráveis Bandidos”, que narra escândalos e falcatruas da família Sarney, foi marcado por tumulto, quebra-quebra, socos e pontapés na noite desta quarta-feira, na sede do Sindicato dos Bancários, na Rua do Sol. No momento em que o autor do livro, o jornalista Palmério Dória, começou a falar sobre o conteúdo da obra, militantes ligados à Umes (União Municipal de Estudantes Secundaristas) e à Fejuma (Federação da Juventude Maranhense) invadiram o auditório do sindicato, gritando palavras de ordem e insultando o ex-governador Jackson Lago de “corrupto e ladrão”.� Enfurecidos, os manifestantes jogaram ovos em direção de Palmério Dória, que se encontrava ao lado dos jornalistas Mylton Severiano e Marcos Nogueira. Além de ovos, foram arremesssados na platéia exemplares de um livreto intitulado “Corrupção – Navalhados Bandidos”, com ofensas contra os ex-governadores Jackson Lago e José Reinaldo Tavares. Organizadores do evento tentaram retirar os jovens do auditório, surgindo daí uma grande confusão. Gritando a frase “Jackson ladrão envergonha o Maranhão”, os manifestantes iniciaram um quebra-quebra e acabaram destruindo cadeiras, vidraças e portas de vidro da sede do sindicato. No meio do quebra-quebra, o ex-governador Jackson Lago e a ex-primeira-dama, Clay Lago, foram retirados às pressas do auditório. Uma das manifestantes, identificada como Ana Paula Ribeiro, engalfinhou-se com um dos organizadores do evento e, ao sair correndo, acabou deixando sua bolsa, com documentos pessoais, no meio do auditório. O presidente do Partido dos Trabalhadores no Maranhão (PT/MA), deputado Domingos Dutra, protestou dizendo que o quebra-quebra foi um ato terrorista. Márcio Jardim, que já teve militância no movimento estudantil, disse que o tumulto foi promovido por “baderneiros contratados por Roberto Costa e Ricardo Murad”. De posse da carteira de identidade de Ana Paula Ribeiro, Dutra informou que, logo em seguida à noite de autógrafos, iria registrar ocorrência na polícia. “Aqui está a prova do crime”, afirmou o deputado, exibindo para a imprensa a cédula da identidade de Ana Paula Ribeiro, apontada como pessoa que teria ligações com o secretário estadual de Esportes e Juventude, Roberto Costa. O principal organizador do evento, o jornalista Marcos Nogueira, afirmou que o tumulto foi uma manifestação fascista da oligarquia Sarney. Alarmado com a violência que marcou a sua noite de autógrafos, o jornalista Palmério Dória protestou, declarando que “não somos nós que estamos aterrorizados, na verdade é o grupo Sarney que está acuado. Eles são burros e estão com medo”.

Das Cubatas
Por Edson Vidigal
Como sói acontecer nas cubatas africanas dos séculos das dominações inglesas, o Maranhão ainda se mantém intocado para quem ouse exercer direitos inerentes ao processo civilizatório a que o Brasil imagina haver alcançado em toda sua extensão territorial. Temendo represálias das tropas de choque no estilo nazista da oligarquia decadente e cruel chefiada de forma enrustida pelo imortal da Academia Brasileira de Letras e atual Presidente do Senado da Republica, o romacista e poeta José Sarney, nenhuma livraria em São Luis do Maranhão ousou colocar nas prateleiras o livro Honoráveis Bandidos – Um Retrato do Brasil na Era Sarney. Esse livro está ha mais de um mês na lista dos mais vendidos da Veja e é encontrado em qualquer livraria do Brasil, estando à venda pela internet através do saite da Folha de São Paulo, jornal onde o Presidente do Senado assina uma coluna às sextas feiras. O escritor Palmério Dória foi convidado pelos movimentos sociais que se opõem à oligarquia Sarney a fazer o lançamento do seu livro em São Luis do Maranhão e por pouco não saiu gravemente ferido em meio aos tumultos que os asseclas a serviço da família Sarney, às ordens de um dos cunhados da senhora Roseana Sarney, promoveram no Sindicato dos Bancários. O Brasil precisa parar de fingir que não lhe interessa o que acontece no Maranhão. O Maranhão sempre fez parte do Brasil, sabiam? Um Tribunal da União Federal, o TSE, puniu a maioria absoluta dos eleitores cassando o Governador eleito Jackson Lago sob acusações engendradas de abuso de poder político indicando como única prova um discurso boboca do então Governador do Estado num palanque em que estava Jackson Lago, isso tudo numa época em que nem candidaturas existiam e nada à luz da ordem legal poderia induzir a campanha antecipada como se faz hoje no Brasil. Cassou o Governador eleito e entregou o Governo à filha do Presidente do Senado, que perdeu as eleições no primeiro turno e também no segundo turno, quando teve o reforço num palanque da presença física e de um discurso nada boboca do Presidente da Republica. Apesar dos abusos de poder politico e do poder economico, o que gerou um processo de cassação que o TSE não julgou até hoje, ela, sim, apesar de todos os abusos e arrogancia, nao foi eleita. A Justiça Eleitoral do País entrou na historia do Maranhão mais uma vez como cúmplice, ainda que de boa fé, de uma manobra política espúria e canalha em favor de um grupo político que dominando o Estado há mais de 40 anos não se constrange em mantê-lo como o mais atrasado do Brasil disputando com Alagoas o primeiro lugar em tudo que não presta.

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