domingo, 18 de abril de 2010

Cassação de Jackson une oposição em ato de repúdio contra Sarney


O ato de protesto contra a cassação do mandato do governador Jackson Lago (PDT) e do vice-governador Luiz Porto (PSDB), realizado na manhã desta sexta-feira (16), na Assembleia Legislativa, transformou-se numa manifestação de repúdio contra o senador José Sarney (PMDB-AP). Centenas de pessoas e lideranças políticas do Estado lotaram o Auditório Fernando Falcão, durante a solenidade realizada para relembrar o ‘golpe’ ocorrido no dia 16 de abril de 2009, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou Jackson Lago e Luiz Porto, sob acusação de abuso de poder político.A manifestação no auditório da Assembléia marcou o reencontro público das principais lideranças de oposição ao grupo Sarney, como o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB), Jackson Lago, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Tavares (PSB), o ministro aposentado do STJ, Edson Vidigal (PSDB), o presidente do PSB/MA, José Antônio Almeida, além de deputados estaduais, vereadores, ex-secretários de Estado e lideranças municipais.O golpe, por meio do Judiciário, e a apresentação das ações desastrosas do governo Roseana Sarney (PMDB) deram o tom dos principais discursos. Coube ao advogado José Antônio Almeida e ao ex-ministro Edson Vidigal apresentarem as falhas jurídicas da decisão tomada pelo TSE.Marcelo Tavares, Zé Reinaldo, Julião Amin, Pastor Porto e Jackson Lago criticaram incisivamente o governo Roseana Sarney. Em seu discurso, o ex-governador José Reinaldo Tavares disse que não adianta o jornal da oligarquia dizer que ele e Jackson estão brigados. “É tudo o que eles querem. Mas eu e o Jackson estamos mais unidos e firmes do que nunca para, mais uma vez, derrotar nas urnas essa oligarquia que em apenas 12 meses endividou novamente o estado e o trouxe de volta ao atraso”, declarou.Além de dizer que Roseana Sarney quebrou o estado em apenas 12 meses, Zé Reinaldo citou os dois pedidos de empréstimos tomados pelo governo, após sua posse, que totalizam cerca de R$ 1 bilhão; o sequestro dos recursos destinados pelo governo Jackson para os municípios e o caos constatado nas áreas da saúde, educação e segurança pública.Zé Reinaldo apresentou dados que demonstram a melhoria dos indicadores sociais do estado, entre 2002 e 2007, durante as gestões dele e de Jackson. “São estatísticas do IBGE, apresentadas pelo próprio governo Roseana Sarney, que editou um livro sobre as perspectivas do Maranhão e considerou a década de 90 como a década perdida”, disse. Nesse período, o estado teve como governadores Edison Lobão e Roseana Sarney. Os dados do IBGE constatam como período de maior desenvolvimento do estado os cinco anos do governo Zé Reinaldo e o primeiro ano da gestão Jackson.O ex-governador Jackson Lago, em um discurso emocionado e lido, condenou o golpe que o derrubou do poder e disse que “a vergonha aflige os derrotados, mas não os combatentes da verdade” e parafraseando o senador Sarney, do Amapá, sentenciou: “Não há democracia sem um Judiciário livre”.Jackson Lago voltou a lamentar sua deposição do governo e o desrespeito ao povo do Maranhão e afirmou que está pronto para enfrentar mais uma campanha eleitoral e que acredita no sentimento de mudança do povo maranhense. Ao final, Jackson Lago fez uma forte conclamação ao público presente: “Vamos unir força para derrotar, mais uma vez, a maior e mais antiga oligarquia do País e para fazer respeitar a vontade do povo”. Em seus discursos, todos os líderes oposicionistas enfatizaram a importância da unidade em torno da causa “cívica”, nas palavras do deputado Marcelo Tavares, para derrotar Roseana Sarney e desenvolver o Estado do Maranhão.

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